sexta-feira, 23 de outubro de 2009

09/06/2009 - 12:34
Grupo Beje Eró
Arte-educação movimenta comunidade no bairro do Ogunjá

O Beje Eró ("chamar os dois", em iorubá) é uma associação cultural localizada na comunidade Vila Viver Melhor no Ogunjá, em Salvador. Desde 2000, o grupo que tem como fundadora a atriz do Bando de Teatro do Oldoum, Rejane Maia (que fez o papel da baiana no filme O Paí ó) e o educador e artista, Anativo Oliveria. No último mês de maio o grupo fez uma série de apresentações, de uma das suas cinco peças de teatro denominada "A Lenda dos Ibejis" no Espaço Cultural Raul Seixas, no Centro de Salvador.

O grupo Beje Eró, que também tem uma banda percussiva, participou recentemente do documentário Insurreição Rítmica do cineasta americano, Benjamin Watkins, e possui um blog com informações sobre a comunidade. Nessa entervista, por e-mail, o diretor do espetáculo, Anativo Oliveira, fala sobre a trajetória do grupo e dos projetos para o futuro.


Como surgiu o grupo Beje Eró?
O Beje Eró surgiu em 2000, idealizado pelos arte-educadores, Anativo Oliveira e Rejane Maia, através das atividades de arte e educação (teatro, dança, capoeira e percussão). Rejane, moradora da Vila Viver Melhor, iniciou as atividades no intuito de promover ações socio-culturais para ocupar os adolescentes e crianças direcionando-as ao conhecimento e acesso à arte.


Como é o trabalho desenvolvido na comunidade?
O trabalho é desenvolvido com as crianças e adolescentes e familiares, através das atividades sócio culturais, com intercâmbio, oficinas e produções artísticas pedagógicas que promovem a identidade da comunidade e de seus moradores. As oficinas acontecem em horário oposto ao da escola e por faixa etária distinta. Desenvolvemos atividades interdisciplinar, construtivista, valorizando temas como cidadania, conceito étnico, gênero, sexualidade e identidade cultural.

Quais os principais parceiros do grupo?
Temos o Cria, Teatro Vila Velha, Bando de Teatro Olodum, Ispac, Didá Escola de Música, Fundac, Grucon, Inssurreição Ritmica, dentre outros.

Quais foram os fatos mais marcantes no período de existência do grupo?
Acho que o perÍodo mais marcante esteja sendo o atual,em virtude da experiência na qual os jovens e adolescentes estão tendo novas experiências ao se apresentarem de forma continua em teatros, e poderem sair do umbigo, ganhando um pouco de horizonte, território.

O grupo também já participou de outros momentos distintos como o Fórum da Performance Negra, do Intercâmbio Latino de Teatro difundido pelo Teatro Vila Velha, com o grupo de Teatro Novos dos Novos e a participação no documentário Inssurreição Ritmica (www.insurreicaoritmica.org).


Como está sendo a experiência dessa nova temporada de apresentações?
Gratificante. Já que os adolescentes conseguem perceber o grau de exigências que são definidas, ganhando comprometimento e responsabilidade, e o mais importante: o crescimento individual que ocorre em cada um deles.

Quais os planos do grupo para o futuro?
Muitas vezes padecemos pela falta de apoio finaceiro para continuar as nossas ações teatrais. Mas acreditamos na força criativa, e renovadora das crianças.

Estamos pletiando apresentações em terreiros de candomblé para o Povo de Santo, e esperamos conseguir outras temporadas em teatros na capital e interior, e porque não, em outros estados, nada mal né?

Contatos:
http://bejeeroart.blogspot.com
bejeero@bol.com.br

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